terça-feira, 28 de setembro de 2010

ENTREVISTA - Uri Pellegrini

ENTREVISTA PARA O BLOG CONEXÃO INCONSCIENTE.


Uri Pellegrini, nasceu no dia 25 de setembro de 1978, formou-se em Direito pela Universidade Católica do Salvador em 2002 e Psicologia pela Faculdade Ruy Barbosa em 2008. Nos dois anos de práticas clínicas, Uri trabalhou com a abordagem psicodramatista desde a época no Serviço de Psicologia da Ruy Barbosa. Ao migrar para a clínica particular levou consigo 13 dos seus 15 pacientes, atestando sua competência. Com uma iniciativa pioneira, este aguerrido profissional, fundou o Grupo Vida Em Ato, onde se dedicou ao trabalho com adolescentes e adultos LGBT focando questões de sexualidade. Através desta entrevista Uri irá esclarecer alguns pontos sobre o Psicodrama e sua prática.


CI:Como ocorreu seu primeiro contato com o Psicodrama? O que despertou seu interesse para atuar nessa área?

Fiz uma matéria optativa no sexto semestre: introdução ao Psicodrama com a Profª Heloisa Saback e o Profº Antônio Moura. Foi paixão a primeira vista. A cada texto, a cada prática eu sentia que o Psicodrama fazia parte de mim, da minha visão de mundo.

CI:De modo geral, o que mais chama atenção na teoria/prática do Psicodrama?

A consistência teórica, a eficácia da pratica e é claro o resultado com os clientes.

CI:Atualmente, como você avalia o Psicodrama em Salvador, no que diz respeito à formação e onde é possível fazê-la? 

Aqui em salvador temos a ASBAP. O Psicodrama na Bahia tem sido pouco valorizado. Em outras cidades do país encontramos mais de três cursos de Psicodrama ativos.

CI:Você consegue notar o aumento no interesse dos profissionais de Psicologia por essa abordagem teórica? A que se deve esse interesse ou a falta dele?

Não vejo muito aumento não. Há pouca divulgação, apenas um grupo de formação e as faculdades pouco focam nessa linha teórica.

CI:Que prognóstico você faz para o Psicodrama em Salvador? Os profissionais dessa área terão mais espaço na prática clínica, hospitalar e comunitária?

Espaço sempre tem. Neste aspecto a linha teórica importa pouco. O que importa é a competência do profissional.

CI:Durante a graduação de psicologia são poucas as abordagens teóricas com as quais temos contato. O Psicodrama, por exemplo, quase não é visto durante todo o curso, situação bem diferente da Psicanálise e do Behaviorismo. O quão prejudicial você julga essa situação e por quê?

É prejudicial, pois a formação do psicólogo fica amputada. Não se pode escolher efetivamente a linha com a qual trabalhar se você apenas conhece duas delas. É muito pouco!

CI:Você atesta quanto à eficácia da terapia psicodramatista na prática psicológica? O Psicodrama está apto a lidar com quaisquer que sejam as demandas?

O Psicodrama é uma linha completa em termos de teoria e técnica. Trabalhamos com todas as demandas desde problemas de aprendizagem a transtornos de personalidade.

CI:O que você teria a dizer para os estudantes de Psicologia e o público leigo sobre o Psicodrama e o seu trabalho?

Se permitam conhecer o Psicodrama e o trabalho dos psicólogos psicodramatistas. Garanto que nunca mais vão querer outra abordagem!!

sexta-feira, 24 de setembro de 2010

SEMANA DO PSICODRAMA

Voltamos essa semana para falar de uma abordagem um tanto quanto negligenciada, o Psicodrama. A seguir um texto breve, introdutório, sobre Jacob Levy Moreno, o pai do Psicodrama. Maiores esclarecimentos serão possíveis nos próximos dias onde postaremos uma entrevista com Uri Pellegrini, psicodramatista que nos recebeu para falar desta abordagem. Gratos por acessarem o nosso blog.



Jacob Levy Moreno nasceu na Romênia em 1889, formou-se em psiquiatria e ficou conhecido como pai do teatro espontâneo e do Psicodrama ao propor, que através da representação, os indivíduos tomavam consciência de seus conflitos psicológicos, reconhecendo-os e ampliando novas possibilidades para lidar com suas dificuldades e situações de conflito. 

Foi nos Estados Unidos, mais precisamente na cidade de Nova Yorque onde praticou a medicina. Começou a trabalhar com crianças no instituto Plymouth de Brooklin e no Hospital Monte Sinaí. Passados dez anos, fundou o Sanatório de Beacon Hill, mais tarde transformado em Centro Mundial para Psicodrama, para Sociometria e Psicoterapia de Grupo. Jacob Levy Moreno morreu em Beacon, em 1974, aos oitenta e cinco anos de idade.

Moreno mostrou que a sua teoria é a antítese da psiquiatria. Dirigiu, entre 1921 e 1925, um teatro no qual os atores improvisavam com a participação do público. A descoberta das potencialidades terapêuticas do teatro (efeito catártico) desembocou no desenvolvimento posterior do Psicodrama, que pode ser definido como uma via de investigação da alma humana mediante a ação.

Os objetivos do Psicodrama são: liberar sentimentos reprimidos para conscientizar o paciente da dinâmica dos conflitos e adaptá-lo às interações sociais, suas técnicas têm características teatrais. Consideram-se técnicas básicas dessa prática, á inversão de papeis, o duplo e a técnica do espelho.

No Brasil o Psicodrama se inicia em São Paulo, na década de 60, através da psicóloga e socióloga Iris soares de Azevedo.